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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A volta

   

    Dia dos namorados, vários balões de coração e alegria no ar. Uai, mas eu não tenho namorado! Não interessa, foi assim que eu fui recebida, dia 12 de junho, no aeroporto de Brasília. Ah vai, todo mundo que passa um ano fora sabe que vai ser recebido de volta pelos familiares e amigos no aeroporto (ainda mais depois que sua mãe, misteriosamente, começa a adicionar todos os seus amigos no facebook, exatamente uma semana antes da sua volta!). Quando faltavam apenas 30 min de voo, eu corri para o banheirinho com espelho simbólico do avião e tratei de passar uma maquiagem. Afinal, 8h de voo deixam qualquer um com cara de figurante do The Walking Dead. Eu não queria que ninguém pensasse que o Canadá tinha me feito mal, né?! Após o desembarque, contagem das 2 super malas, bagagem de mão, mochila e 3 sacolas do Free Shop, fiz uma oração básica para não ser parada na alfândega e corri pro abraço! Aaaah que delícia! Não sabia quem abraçava primeiro, tinham cartazes que nem li e ganhei e um super banho de espuma (ideia da minha mãe!).

    Depois de muitas lágrimas, abraços e beijos melados, o baque é imediato. Estava todo mundo ali, do jeitinho que eu deixei naquela feijoada em julho do ano passado. Mas e eu? Ah, eu não era a mesma pessoa. Logo de cara ouvi de pelo menos 3 bocas diferentes “Nossa Fê, mas você nem tá tão gorda.” Pareciam ignorar ou então ser benevolentes diante dos meus 8kg a mais. Percebi que não vinha só com excesso de bagagem externa, mas a interna também estava lá (e não me refiro ao pacote de gordurinhas), embora ninguém conseguisse ver. Queriam que eu contasse as histórias, mas eu só pensava em uma coisa. Voltar? Não, PÃO DE QUEIJO!!! Pedi logo 4 grandes, tentei pagar em dólares, disse ‘thank you’ e ignorei a cara de ‘que menina desmiolada’ que a garçonete fez.

    Família e amigos, check! Comida, quase check, pois os 3 dias de comilança e indigestão ainda estavam por vir. Agora era hora de ir pra casa, abraçar minha cama, curtir meu chuveiro, minhas coisas. Fui logo abrindo o armário e vi que tinha ganho várias roupas velhas\novas (memória fraca é uma super vantagem, às vezes.), depois de tentar experimentar o 1º short e ele não passar da coxa eu cansei da brincadeira. Postei no facebook que já estava em solo brasileiro e fui dormir. Grande, grande erro!!! Em menos de 5 min começaram a pipocar mensagens no meu celular. Eu tinha esquecido que conhecia tanta gente aqui. Não vou negar que é muito gostoso receber tanta atenção assim, mas só dura +- uma semana! Hahaaaa... Tive que fazer uma agenda de encontros e quase não parei nos primeiros dias. As primeiras pessoas deram sorte, ouviram histórias detalhadas, contadas com brilho nos olhos, mas depois os detalhes foram ficando esmaecidos, as histórias curtas e preguiçosas (apesar de que, até hoje nada me dá mais alegria do que ouvir alguém querendo saber das minhas histórias).

        O caminho da volta é igualzinho ao da ida. Os passos são os mesmos: pessoas e lugares; comidas; emprego; rotina. Aaah, a rotina! É aí que o calo aperta! - e tudo isso eu vou explicar no próximo post! ;) 
 

Um comentário:

  1. Eh impressionante..como eu me identifico com seu post.. a volta eh complicada..e o pior e o tempo pós volta . Ver que nada mudou... so vc e a sua forma de viver.. mas deixo registrado que eh muito bom ter vc de volta. Te amo irma.

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