Dia dos namorados, vários balões de
coração e alegria no ar. Uai, mas eu não tenho namorado! Não interessa, foi
assim que eu fui recebida, dia 12 de junho, no aeroporto de Brasília. Ah vai,
todo mundo que passa um ano fora sabe que vai ser recebido de volta pelos
familiares e amigos no aeroporto (ainda mais depois que sua mãe,
misteriosamente, começa a adicionar todos os seus amigos no facebook,
exatamente uma semana antes da sua volta!). Quando faltavam apenas 30 min de voo,
eu corri para o banheirinho com espelho simbólico do avião e tratei de passar
uma maquiagem. Afinal, 8h de voo deixam qualquer um com cara de figurante do
The Walking Dead. Eu não queria que ninguém pensasse que o Canadá tinha me
feito mal, né?! Após o desembarque, contagem das 2 super malas, bagagem de mão,
mochila e 3 sacolas do Free Shop, fiz uma oração básica para não ser parada na
alfândega e corri pro abraço! Aaaah que delícia! Não sabia quem abraçava
primeiro, tinham cartazes que nem li e ganhei e um super banho de espuma (ideia
da minha mãe!).
Depois de muitas lágrimas, abraços e beijos melados, o baque é imediato.
Estava todo mundo ali, do jeitinho que eu deixei naquela feijoada em julho do
ano passado. Mas e eu? Ah, eu não era a mesma pessoa. Logo de cara ouvi de pelo
menos 3 bocas diferentes “Nossa Fê, mas você nem tá tão gorda.” Pareciam
ignorar ou então ser benevolentes diante dos meus 8kg a mais. Percebi que não
vinha só com excesso de bagagem externa, mas a interna também estava lá (e não
me refiro ao pacote de gordurinhas), embora ninguém conseguisse ver. Queriam
que eu contasse as histórias, mas eu só pensava em uma coisa. Voltar? Não, PÃO
DE QUEIJO!!! Pedi logo 4 grandes, tentei pagar em dólares, disse ‘thank you’ e
ignorei a cara de ‘que menina desmiolada’ que a garçonete fez.
Família e amigos, check! Comida, quase check, pois os 3 dias de
comilança e indigestão ainda estavam por vir. Agora era hora de ir pra casa,
abraçar minha cama, curtir meu chuveiro, minhas coisas. Fui logo abrindo o
armário e vi que tinha ganho várias roupas velhas\novas (memória fraca é uma
super vantagem, às vezes.), depois de tentar experimentar o 1º short e ele não
passar da coxa eu cansei da brincadeira. Postei no facebook que já estava em
solo brasileiro e fui dormir. Grande, grande erro!!! Em menos de 5 min
começaram a pipocar mensagens no meu celular. Eu tinha esquecido que conhecia tanta
gente aqui. Não vou negar que é muito gostoso receber tanta atenção assim, mas
só dura +- uma semana! Hahaaaa... Tive que fazer uma agenda de encontros e
quase não parei nos primeiros dias. As primeiras pessoas deram sorte, ouviram
histórias detalhadas, contadas com brilho nos olhos, mas depois os detalhes
foram ficando esmaecidos, as histórias curtas e preguiçosas (apesar de que, até
hoje nada me dá mais alegria do que ouvir alguém querendo saber das minhas
histórias).
Eh impressionante..como eu me identifico com seu post.. a volta eh complicada..e o pior e o tempo pós volta . Ver que nada mudou... so vc e a sua forma de viver.. mas deixo registrado que eh muito bom ter vc de volta. Te amo irma.
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