Nunca me decidi se acredito em
horóscopo ou não, assim como ainda não estou certa sobre minha religião e não
tenho tanta certeza de qual é a minha exata profissão... Acho que se pedissem
para que eu me descrevesse em uma palavra eu seria a ‘indecisão’ em pessoa!
(Isso se eu conseguisse decidir uma palavra para me descrever né?!) Acontece
que essa indecisão, que me impulsiona a fazer tudo, é a mesma que me segura para
trás e me faz largar as coisas no meio do caminho (assim como esse post, que eu
comecei há duas semanas atrás e não consegui terminar...)
Esses dias eu li um post num blog que eu
achei super interessante. Segundo Natalia Klein, dona do blog Adorável Psicose, nós sofremos da ‘síndrome do parque de diversões’.
Trata-se de uma analogia interessantíssima que ela faz da vida com um parque de
diversões, em que as pessoas estão em um brinquedo mas não tiram o olho do
próximo. Me indentifiquei demais. Não que eu não esteja curtindo a minha
montanha russa, pois se duvidar entraria na fila para ela várias vezes. Ela
certamente é um dos brinquedos mais populares, com graaandes descidas e até
loopings em que você fica de cabeça para baixo. Dá um medo danado, mas você não
se importa porque o friozinho na barriga antes de cada volta é o que te
impulsiona. Mas não consigo deixar de pensar no tanto de coisas que o parque me
oferece depois daqui. Quem sabe uma roda-gigante, bem suave, um barco fantasma,
um elevador que cai... São muitas opções.
A verdade é que eu nunca fui tão feliz
como nesses últimos quatro meses da minha vida (frase bem comum em cartões de
aniversários de namoro... hahaha, embora no meu caso, o namorado seja
inexistente). Aliás, poderia fazer um cartão para mim mesma: ‘Fernanda,
obrigada pelos últimos meses que passamos juntas, você é incrível, nunca
ninguém me fez tão feliz como você me faz. Mesmo com suas loucuras e indecisões
diárias você é uma ótima companhia!’. Nunca passei tanto tempo sozinha como passo aqui. Minha
vida inteira eu estava à procura de companhia para fazer o que quer que fosse,
e quase sempre tive essa companhia. Não reclamo. E o pior é que, muitas vezes,
se não tivesse companhia, eu simplesmente não fazia. Desde que embarquei nessa jornada alguma
coisa mudou em mim. Acho que eu me conheci, e descobri que, afinal de contas,
eu não sou de todo má. Nunca imaginei que fosse não só curtir fazer as coisas
sozinha, como muitas vezes preferir estar só. Não que eu tenha virado
anti-social. Muito pelo contrário, deixei de ser bicho do mato e aprendi que
qualquer lugar é um potencial para se fazer amizade. Já fiz bons amigos em
bares (quem não faz?), McDonald’s, skytrains e elevadores. Toda esquina é
propícia para se conhecer alguém, basta sair da toca.
Acontece que, mesmo curtindo
muito essa minha vida na montanha-russa, eu não consigo evitar de pensar no que
vem pela frente. Ainda é cedo, eu sei, principalmente para a minha cabeça, que
muda a cada segundo. Mas todo dia quando estou voltando do trabalho,
especialmente quando olho para essa vista
, algo me instiga a pensar no ‘e depois?’. Eu me sinto com o mundo aos meus
pés. Tenho idéias malucas como ir pra Montréal aprender francês, ou talvez
Argentina estudar espanhol, como também lembro de casa e de um futuro mais
certo. O que me deixa louca é que eu não tenho nada que me segure em lugar
nenhum. Não tenho previsões, não tenho expectativas, estou numa ponte, mas não
sei pra onde. Às vezes a sensação que tenho é a de que estou tirando umas férias
de minha própria vida. Também penso que isso aqui não é vida real, não pode
ser. E o irônico disso tudo é que eu nunca passei tanto perrengue como estou
passando aqui. Nunca fiquei tanto tempo em um hospital (e sozinha!), nunca
estive tão sem dinheiro, nunca passei tanto frio... Mas também nunca tive tanta
alegria de VIVER. Aqui eu tenho o meu cantinho, eu compro a minha comida, eu
vivo a MINHA vida e isso não tem preço.
Enfim, enquanto o verão não chega o
melhor é aproveitar as voltas que me restam nessa montanha russa e me preparar para os próximos
brinquedos. Antes que a alta temporada chegue e traga com ela muitos turistas para disputar
o meu parque de diversões... Carpe Diem!
Huahuahuhuahua! gostei do post! E tambem me identifiquei muito.. me descubro sempre alguem mais anti-social do que eu previa ser, toda vez que preciso fazer as coisas sozinha. E como eh bom sentir-se bem na propria companhia! O começo de tudo está aí! Mas decidir sobre o que fazer da vida... é... quando você descobrir, me conta???
ResponderExcluirBeijo e bom proveito de ''inverninho'' ai!!
Pois é Cella! Acho q você já viveu umas 52 duas vezes o que eu tô vivendo aqui né!? Definitivamente decidir sobre o q fazer da vida é uma das tarefas mais difíceis, mas quando eu descobrir (SE eu descobrir) eu te conto... hahahaha E o inverninho aqui é uma delíciaaa!! Nunca imaginei q fosse dizer isso, mas tô adorando um friozinho! ;] Um beijão!
ExcluirPs.: Vem me visitaaar! ;*
flor .. sabe o que é impressionante? nesses 4 meses que eu tbm fiquei longe de casa.. senti exatamente as mesmas coisas que vc.. passei por varios momentos dificeis, mas nunca fui tao feliz quanto nesses 4 meses longe.. acho que a independencia.. é algo que nos fascina.. aprendi a conviver comigo mesma.. e ser minha melhor amiga.. a solidão nao parecia o fim .. nao sei.. so sei que seu post hoje encaixou feito luva no que eu sinto e penso..
ResponderExcluire ver vc feliz me deixa feliz. Saudades irmã! mas aproveite cada segundo desse parque de diversoes, pq a vida em breve vai lhe mostrar outros parques e outros brinquedos..
te amo pra sempre <3
Pois é Quelzinha! Acho q estamos deslumbradíssimas de virar gente grande! hahahahahaha (daqui a pouco chegam os perrengues mais sérios e eu quero é só ver.. hahaha) Minha vida inteira se me perguntassem oq eu tinha mais medo eu responderia 'solidão'. Agora talvez eu responda 'medo de não gostar mais de mim'. Acho q todo mundo deveria passar por essa experiência um dia, acho q nunca tomei uma decisão tão acertada quanto no dia que resolvi vir pra cá.
ExcluirObrigada irmãzinha, a saudade tá enorme, mas também estou muito feliz!! Não deixo de estar de dedinhos cruzados pra vc por aí viu?!
Te amo! :* s2
Como eu me identifico com essa sua dualidade, ou até multiplicidade às vezes! E você diz que não se sente presa a nada... imagine! Você simplesmente está vivendo, o que quer mais? Siga em frente, menina, o caminho é esse, é o SEU caminho! Beijos.
ResponderExcluirEssa desconhecida aí sou eu, Tãnia :)
ExcluirPois é tia, me sinto mais geminiana do que nunca! hahaha De fato não quero me prender a nada mesmo! A vida tá sendo muito agradável do jeito que está! hehehehe E claro, sempre um muito obrigada à vocês que me acompanham de pertinho! Fica tudo ainda mais divertido quando posso compartilhar! :)
ExcluirEsse mundo é todo seu :)
ResponderExcluirI wish, Piu, I wish... hahaha :)
ExcluirEsse foi o MELHORRRRRRRRRR post seu que eu li, o melhor mesmo Fê, como me alegra saber que essa experiência tem sido isso tudo aí pra vc, não só me alegra, como me motiva. Aplaudo de pé o seu parque de diversões.... ele é sem dúvida fantástico. Beijooo... <3
ResponderExcluirhahahah em breve vc vai se sentir do meeeeesmo jeitinho Laizoca, tenho CERTEZA! hahahahaha Mal posso esperar!! :D
ExcluirFêzinha linda e querida,
ResponderExcluiré formidável esta sua solução para enfrentar os perrengues da vida adulta... situar-se em um parque de diversões!
Gostei da sua auto exposição sobre o espírito alegre, descontraído e irreverente, para nos dizer o quanto você está aproveitando a sua passagem por aí. Aproveitando para se conhecer e auto afirmar. Esta experiência de vida é permanente, para sempre e será lembrada como os melhores tempos justamente pela intensidade em que ocorre tanto o auto conhecimento como a auto afirmação.
Carpe diem et carpe vitae!
Te amo Teddy! :* Não seria nada sem o apoio de vocês!!!
ExcluirÉ isso aí, Fernandinha! Sair da nossa zona de conforto é sem dúvida a coisa mais gratificante e sensacional no mundo! Siga em frente! Ah, e aqui em Montreal nossa casa está à disposição (estaremos no Brasil até fevereiro, though...) - e se vc está passando frio aí, recomendo esperar até a primavera pra vir pra cá, pois o último findi já tivemos sensação térmica de -16 graus!
ResponderExcluirBjs e boas festas!!
Carol, Dennis e Lucas
Fê, realmente você transparece muita felicidade nas suas fotos, e causa uma sensação quase instantânea de felicidade tb pra quem vê!
ResponderExcluirFaz tempo que não nos vemos, mas parece que essa experiência está te fazendo muito bem. Apesar da indecisão, da dúvida e dos questionamentos que você diz ter, seus posts refletem muita maturidade. (Acho que não tem sensação melhor do que sentir que estamos crescendo né?)
Mas não se preocupe com o que vem depois, como você mesma disse, você tem o mundo a seus pés, com um campo muito fértil de opções para serem cultivadas!
Estou torcendo pra ver flores lindas crescendo nesse campo!
Beijo grande, Laurinha.